quinta-feira, 30 de julho de 2015

DEVANEIOS - Crônica: Se permita, a vida é pra quem tem coragem!

As pessoas são engraçadas, de um jeito muito irônico. É engraçado que parece que quanto mais a gente cresce, pior a gente fica. Mais frio a gente se torna. A criança ou o adolescente que você era, teria orgulho do adulto que você é hoje? Há quem diga que a vida nos torna assim, as decepções, os medos, e que é justificável aquela pessoa ser assim porque afinal, “olha tudo o que ela já passou, coitada, é uma forma de se proteger.” Eu discordo. Eu defendo a tese de que a vida é difícil, a gente até nasce chorando. Mas na vida a gente SEMPRE pode escolher, existem dois caminhos, você sempre pode pegar o caminho mais fácil e “desligar” seus sentimentos como se fosse um botãozinho, e se tornar alguém mais frio, alguém que ninguém nunca mais vai te machucar. Porém, vai ter que conviver com a vida vazia que você vai ter, o medo de deixar qualquer um se aproximar de você de novo, a desconfiança de tudo e todos. E tem o caminho mais difícil, que eu escolhi trilhar, de lidar com as situações, enfrentar, oras! Se permitir chorar, sofrer, mas se permitir sentir tudo, tudo mesmo. Amor, felicidade, decepção, tristeza, desilusão, paixão, tesão, ódio, raiva, gratidão. Deixe se afundar na dor, e mesmo que você queira mais que tudo ligar aquele botãozinho e decidir se tornar alguém mais frio, só pra se proteger, lembra que tudo passa, que quando você se permitir afundar na dor, eventualmente, você começará a nadar, e sem perceber você vai ver que superou! E esse não vai ser o momento mais feliz, vai ser olhar pra trás e ver que você continua o mesmo, a mesma pessoa de sempre, que nada em você mudou, nada foi alterado ou danificado. É o que me deixa mais feliz, olhar pra trás e saber que eu sou a mesma Gabriela de 10, 15, anos atrás, ainda ingênua, feliz, bondosa, grata, gentil, pentelha, carinhosa e cheia de amor pra dar e vender! Só um pouco mais machucada, e pronta pra quando se curar, quebrar a cara de novo, afinal a vida é pra quem tem coragem. Mas eu tenho orgulho de dizer que eu não mudei, que a Gabriela criança teria orgulho sim da Gabriela adulta que sou hoje. E eu vou continuar a mesma daqui a 50, 60, 70 anos.

Gabriela Bergamo.

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